Com "concorrência" dos tablets, venda de PCs cai no terceiro trimestre.
As vendas de PCs encolheram no Brasil no terceiro trimestre deste ano, em um sinal da ameaça dos tablets para esse mercado.
Foram comercializados 4,05 milhões de computadores entre julho e setembro, uma redução de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da consultoria IDC divulgados nesta sexta-feira (30).
Foi a primeira queda nas vendas, em um comparativo anual, dos últimos anos. No terceiro trimestre de 2011, as vendas de PCs cresceram 8% ante o ano anterior.
"O resultado pode ser considerado ainda mais crítico porque esse é um período em que o varejo começa a se abastecer para as vendas de Natal", diz Camila Pereira Santos, analista da IDC.
Um dos principais motivos para o esfriamento do segmento é a ascensão dos tablets no mercado brasileiro.
No primeiro semestre deste ano, as vendas dos dispositivos cresceram 120% em relação ao mesmo período de 2011.
O ritmo deve continuar acelerado no terceiro trimestre, segundo previsão de analistas.
"As pessoas estão usando o tablet como um segundo dispositivo em casa. Isso faz com que o notebook ou desktop (computador de mesa) tenha um tempo de vida maior e a troca seja menos frequente", diz Camila.
A redução nas vendas de PCs no terceiro trimestre foi ocorreu, principalmente, pela queda dos desktops -- o número de aparelhos comercializados caiu 13,7% em relação a julho e setembro de 2011.
Em relação ao segundo trimestre de 2012, as vendas de PCs tiveram alta de 1,9%.
Segundo a consultoria IDC, no início do ano, a expectativa era de um crescimento na casa dos 15% na comparação entre o terceiro trimestre de 2011 e de 2012.
Para o ano, a previsão inicial era de alta de 13% nas vendas, mas os analistas já reduziram a estimativa para 2%.
Além do avanço dos tablets, 2012 está sendo um ano fraco para esse mercado por outros fatores.
A alta no preço de alguns dos componentes de fabricação dos aparelhos, em decorrência das enchentes na Tailândia no final do ano passado, fez aumentar o custo do produto para o consumidor final.
"Os fabricantes tiveram de repassar uma alta de 15% no preço para o varejo", afirma Camila.
As variações do dólar ao longo do ano e a crise internacional também provocaram a retração das compras das empresas - o mercado corporativo responde por 32% das vendas de PCs no país.
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